Numa clínica dentária, tanto os profissionais de saúde como os pacientes estão expostos a uma grande variedade de microrganismos através de instrumentos, equipamentos, aerossóis e superfícies que entraram em contato com algum fluido corporal. Por outro lado, o pessoal auxiliar, o médico dentista e os pacientes podem ser portadores de microrganismos patogénicos, como tuberculose, HIV ou hepatite B. Para impedir que sejam infetados, é fundamental adotar medidas eficazes de proteção e precaução.
Como se eliminam os microrganismos?
Existem dois métodos para interromper a cadeia de transmissão e proteger o paciente:
- Desinfeção
Este procedimento elimina microrganismos patogénicos.
É realizado através da utilização de produtos químicos que atuam à temperatura ambiente, numa concentração e num tempo determinados.
A aplicação do desinfetante depende da sua atividade bactericida, fungicida, virucida, tuberculicida, etc.
- Esterilização
Neste processo, trata-se de suprimir dos objetos todos os tipos de microrganismos, incluindo os esporos bacterianos, resistentes às substâncias químicas e ao calor.
Embora a esterilização se possa conseguir por meios físicos, como o calor ou as substâncias químicas, o mais recomendável parece ser o calor húmido obtido com a utilização da autoclave, cuja eficácia pode ser comprovada por controlos de qualidade externos.
Controlo do processo de esterilização
Para garantir que todas as etapas do processo foram realizadas de maneira adequada, contamos com uma série de indicadores que certificam que o material está esterilizado: físicos, químicos e biológicos. Em seguida, iremos abordar os biológicos.
Os indicadores biológicos são aqueles que corroboram a ausência ou a presença de microrganismos após a realização da esterilização.
O teste de esporos faz parte dos controlos biológicos que são realizados na autoclave. Recolhem dados relativos ao tempo, ao espaço e à desativação biológica, graças aos quais se determinará que o procedimento de esterilização é seguro.
O controlo biológico deverá ser realizado uma vez por dia no centro de esterilização, quando as autoclaves são manipuladas, cada vez que um novo membro se junta à equipa da clínica e/ou periodicamente através de um organismo externo.
Regulamentos e procedimentos para a esterilização correta numa clínica
Existem diferentes leis, normas e decretos que obrigam os profissionais de uma clínica a garantir a qualidade dos processos de esterilização.
Em relação aos procedimentos habituais, em primeiro lugar, são realizados os processos de limpeza e desinfecção, pois é necessário eliminar tanto os resíduos como a contaminação dos instrumentos.
Depois da limpeza dos instrumentos e de outros materiais dentários, estes devem ser inspecionados, secos e embalados.
Em seguida, tem lugar a esterilização para destruir todas as formas de microrganismos existentes, incluindo os esporos. Trata-se de uma componente fundamental na manutenção de um ambiente seguro destinado à prestação dos serviços de saúde oral.
- Depois de os instrumentos estarem embalados, são processados em sacos herméticos colocados na autoclave para eliminar os microrganismos.
- Uma vez por mês, um controlo biológico é realizado na incubadora dentária, graças ao qual se pode comprovar o correto funcionamento da autoclave.
- A data, a hora, o tipo de ciclo e o resultado de todos os processos e testes biológicos devem ser mencionados num livro de registos.
Tipos de incubadoras dentárias
Como método de controlo, um indicador biológico não processado deve ser incubado de cada vez que se teste o esterilizador. A finalidade é verificar se os indicadores biológicos são viáveis e se a incubadora funciona corretamente. Algumas das incubadoras que existem no mercado são as seguintes:
Incubadora Hygitech
Esta incubadora tem capacidade para 15 indicadores entre 55°C e 60°C para determinar a eficácia dos processos de esterilização. A utilização é muito simples, visto que, depois de colocada em funcionamento, não é necessário qualquer manuseamento.
Incubadora B-Test Plus Tecno-Gaz
Foi desenvolvida para a incubação de indicadores biológicos a 57°C. É composta por: uma estrutura interna, um invólucro de ABS, um bloco térmico de alumínio com capacidade para três indicadores biológicos e um cartão eletrónico para a gestão automática do bloco térmico.
Incubadora BT3 Incotrading
Dispõe de três alojamentos para indicadores biológicos de vapor de água. Tem um termómetro digital incorporado. E a distribuição do calor que produz comprova a incubação correta dos indicadores biológicos.
Incubadora Attest 3M
É uma incubadora de leitura de indicadores biológicos para vapor 3M Attest 1262. Funciona a uma temperatura que contribui para o crescimento dos microrganismos (56°C+/-2°C). Pode incubar até 24 indicadores. Os resultados podem ser interpretados através de uma simples alteração de cor no meio de cultura.
