Na medicina dentária, o contato direto e constante com os pacientes obriga os dentistas a possuírem, além de capacidades técnicas, aptidões sociais. Em qualquer tratamento dentário, o diálogo entre o profissional e o paciente é decisivo para encontrar o procedimento mais adequado ao caso em concreto e alcançar os melhores resultados.
A odontologia emocional centra-se no modo como estabelecer uma comunicação eficaz e vantajosa para ambas as partes, que resulte numa maior satisfação por parte do paciente. Um dos pilares desta técnica, como mencionaremos mais adiante, é a prática da escuta ativa.
Baseada no conceito de inteligência emocional, esta nova forma de entender a prática da medicina dentária pode ser definida como a capacidade de o dentista conhecer e gerir tanto as suas emoções como as do seu paciente. O objetivo é realizar tratamentos dentários com êxito, assim como proporcionar a cada paciente uma experiência agradável no consultório.
Um dos motivos pelos quais os utilizadores escolhem uma clínica dentária ou outra é a confiança transmitida pela equipa que nela trabalha. Quer seja um dentista conhecido pela família, recomendado ou simplesmente bem localizado, as pessoas necessitam de sentir que podem confiar no profissional que vai cuidar do seu sorriso.
Além da experiência e dos conhecimentos técnicos, a comunicação pessoal correta e atenta aumenta a sensação de confiança e facilita a aceitação dos tratamentos dentários. Por outro lado, a odontologia emocional ajuda a lidar com situações complicadas no consultório, como nos casos em que há pacientes que se recusam a realizar os procedimentos necessários, sofrem de odontofobia ou revelam tendências agressivas.
Como aplicar a odontologia emocional na sua clínica dentária
Tanto a inteligência emocional como o uso desse conceito em odontologia exigem um autoconhecimento prévio, para descobrir os pontos a melhorar tanto ao nível pessoal como profissional. Com algumas orientações simples, poderá começar a implementar a odontologia emocional no seu consultório.
Escuta ativa. Necessária para estabelecer um diálogo produtivo, esta técnica baseia-se na capacidade de fazer ver ao seu interlocutor que o está ouvir atentamente, sem emitir qualquer juízo sobre as suas palavras. Graças à escuta ativa, o paciente irá sentir-se à vontade para comunicar o seu problema e transmitir todas as suas dúvidas. Desta forma, tanto o diagnóstico como a aceitação do tratamento serão muito mais bem-sucedidos.
Para levar a cabo esta técnica e conquistar a confiança do interlocutor, é imprescindível não interromper e fazer perguntas abertas que convidem ao diálogo.
Competências intrapessoais. Estas aptidões permitem que as pessoas melhorem como indivíduos, ao nível pessoal e laboral. Trabalhar em aspectos como a automotivação, a responsabilidade e a assertividade, facilitará a comunicação efetiva entre o profissional e os seus pacientes. O médico dentista deve aprender a gerir corretamente as suas emoções, como o stress ou a frustração, para que o paciente sinta uma maior confiança, o que terá um impacto positivo na sua visita ao consultório.
Competências interpessoais. Numa clínica dentária intervêm e trabalham muitas pessoas, cada uma com uma personalidade diferente. Para manter uma boa relação com a equipa e os pacientes, é essencial trabalhar as aptidões sociais, tendo presente o conceito de odontologia emocional. Neste sentido, a empatia, a proatividade e o respeito serão os melhores aliados para melhorar as capacidades interpessoais e otimizar o funcionamento do consultório.
Na verdade, a aplicação da inteligência emocional à prática odontológica é cada vez mais necessária. A procura de um atendimento mais personalizado por parte dos pacientes, a par da grande concorrência que caracteriza este sector, exige dos profissionais a melhoria contínua dos seus serviços para oferecer a melhor experiência clínica, baseada na atenção às necessidades e características de cada paciente.
