A profissão de higienista oral surgiu no início do século XX no Connecticut, Estados Unidos. O seu impulsionador, o Dr. Fones, considerava necessária a existência de pessoal especializado no exame, na limpeza e no aconselhamento para prevenir as patologias bucodentárias.
No entanto, só na década de 80 é que esta profissão foi regulamentada em Espanha na Lei 10/1986, de 17 de março, sobre Odontologistas e outros profissionais relacionados com a saúde dentária. Oito anos mais tarde, esta lei é desenvolvida no Real Decreto 1594/1994, de 15 de julho, no qual se referem as funções dos médicos dentistas, dos protésicos e dos higienistas.
O Real Decreto 1594/1994, de 15 de julho, define o higienista como “o titular de Formação Profissional de Grau Superior que tem como atribuições, no âmbito da promoção da saúde e da educação sanitária bucodentária, a recolha de dados, a realização de exames de saúde, o aconselhamento sobre medidas higiénicas e preventivas, individuais e coletivas, e a colaboração em estudos epidemiológicos”.
Por outro lado, podem exercer funções de assistência técnica atuando como auxiliares e colaboradores de médicos e dentistas. Não obstante, em nenhum caso, como sucede com os técnicos de prótese dentária, podem trabalhar no interior da cavidade oral de um paciente; assim está determinado pela lei.
Quais são as funções de um(a) higienista oral
As funções dos higienistas orais estão definidas na referida normativa – Real Decreto 1594/1994, de 15 de julho. Estão divididas em três grupos que se detalham em seguida:
- Em matéria de Saúde Pública, poderão exercer as seguintes funções:
- Recolher dados acerca do estado da cavidade oral para a sua utilização clínica ou epidemiológica.
- Ministrar educação sanitária de forma individual ou coletiva, instruindo sobre a higiene bucodentária e as medidas de controlo alimentar necessárias à prevenção dos processos patológicos bucodentários.
- Controlar as medidas de prevenção que os pacientes adotem.
- Realizar exames de saúde oral na comunidade.
- Em matéria de assistência técnica, os higienistas orais podem desempenhar as seguintes funções:
- Aplicar fluoretos tópicos nas suas diferentes formas.
- Colocar e retirar fios retratores.
- Colocar selantes de fissuras com técnicas não invasivas.
- Realizar o polimento de obturações eliminando os eventuais excessos das mesmas.
- Colocar e retirar o dique de borracha.
- Eliminar cálculos e manchas dentárias e realizar destartarizações e polimentos.
- De acordo com a normativa, estes profissionais desempenharão as funções indicadas no número anterior como auxiliares e colaboradores de médicos e odontologistas. Estão excluídas das suas funções:
- A prescrição de próteses ou tratamentos.
- A dosagem de medicamentos.
- A emissão de receitas.
- A aplicação de anestésicos.
- A realização de procedimentos operatórios ou restauradores.
Estes profissionais não devem realizar tratamentos que são da competência exclusiva de um médico dentista: aplicação de anestésicos, toma de impressões, digitalização dentária, raspagem e alisamento radicular, ortodontia em geral, branqueamento, próteses dentárias e aparelhos ortodônticos, etc.
Formação e requisitos básicos
Para se tornar higienista oral é necessário tirar um curso de grau superior que tem a duração de dois anos. Estes estudos pertencem ao ramo das ciências da saúde e apresentam um extenso currículo que inclui disciplinas como Receção e logística de uma clínica dentária, Estudo e exame da cavidade oral, Primeiros Socorros ou Epidemiologia.
Superadas as 2000 horas que constituem estes estudos, o aluno deverá fazer um estágio num consultório dentário durante 4 meses.
Para aceder a esta formação, é imprescindível ter pelo menos um dos seguintes títulos: o bacharelato em ciências da saúde; ter feito uma prova de acesso ao grau superior; ou possuir o certificado de técnico do ramo sanitário.
Se deseja exercer a profissão, e a Comunidade Autónoma tem uma associação profissional de higienistas orais, é obrigatória que nela se inscreva.