Xerostomia: a síndrome da boca seca e como esta afeta a saúde oral

Xerostomía

A saliva é uma substância imprescindível para garantir uma adequada saúde oral. É produzida pelas glândulas salivares, tanto de dia como de noite, e desempenha um papel muito importante no nosso bem-estar. Entre as suas múltiplas funções, atua como lubrificante, tem efeito cicatrizante e ajuda a detetar algumas patologias.

Xerostomia, o que é?

 A xerostomia é também conhecida como síndrome da boca seca e consiste numa alteração que ocorre quando os níveis de produção de saliva diminuem de forma considerável. Os dados mais recentes fornecidos pela Sociedade Espanhola de Periodontologia e Osteointegração (SEPA) revelam que a xerostomia afeta, aproximadamente, 20% da população. E segundo a American Academy of Oral Medicine, pode afetar até 65% da população. A sua incidência é mais acentuada nas pessoas com mais de 50 anos.

Dado que a saliva desempenha funções fundamentais na boca, além de facilitar a mastigação e a deglutição, esta afeção das glândulas salivares pode ter consequências na nossa saúde oral. Especialmente a nível da higiene, já que a saliva arrasta bactérias e microrganismos da cavidade oral e favorece sua limpeza.

xerostomia

Causas da boca seca

A boca seca pode ser uma sensação passageira, mas se notarmos que ocorre durante a maior parte do tempo, estaremos a falar de xerostomia. As causas são muitas e estão relacionadas com os hábitos diários de cada pessoa. Assim, o tabagismo ou o consumo de bebidas alcoólicas de forma habitual são duas das principais causas desta patologia, a par de uma alimentação incorreta.

Também está associada ao consumo de certos medicamentos, além de ser uma consequência de tratamentos contra o cancro, como a quimioterapia ou a radioterapia. Certas doenças autoimunes, como a síndrome de Sjögren, sistémicas como a diabetes ou, inclusive, psiquiátricas como a depressão ou a ansiedade podem causar secura da boca.

Por outro lado, a falta de peças dentárias pode provocar uma menor produção de saliva e a sensação de secura bucal costuma ser frequente em pessoas que têm implantes dentários.

Efeitos e sintomas da xerostomia: problemas da boca

Como já referimos, a saliva tem uma importante função higiénica. Como consequência da secura bucal, pode ocorrer uma acumulação de bactérias na cavidade oral, o que facilita o aparecimento de cáries dentárias. Também há maior propensão para o desenvolvimento de infeções nas gengivas e, portanto, para sofrer de doenças periodontais. Um efeito mais ou menos comum que as pessoas com xerostomia experimentam é mau hálito ou halitose.

A saliva também é uma aliada na hora das refeições. Se a quantidade necessária não for produzida, engolir pode ser uma tarefa mais complicada e a digestão tornar-se mais difícil. A faringite, laringite, dispepsia ou obstipação também são consequências associadas a uma acentuada secura da boca.

Há determinados sintomas físicos que podem colocar-nos em alerta, como vermelhidão e irritação nos tecidos moles da boca e um aspeto gretado dos lábios e da língua, situações que podem dar origem a pequenas fissuras e dificultar a fala. Além disso, a sede constante é uma evidência clara de xerostomia.

O que podemos fazer contra a xerostomia

Esta situação clínica é mais comum do que inicialmente possamos imaginar. Dependendo das peculiaridades de cada pessoa e das causas pelas quais a xerostomia se desenvolveu, as soluções serão diferentes. Em qualquer caso, são os especialistas em odontologia que devem averiguar a origem do problema e determinar qual é o tratamento mais adequado. Atualmente, existem diversas técnicas para o diagnóstico de patologias das glândulas salivares. Além disso, o dentista estudará os hábitos dos pacientes com secura da boca.

Se for detetado algum medicamento que possa estar a provocar a xerostomia, é importante consultar o médico que o receitou sobre a possibilidade de alterar a medicação ou diminuir respetiva dose. Por outro lado, há certos agentes humectantes que podem atuar como substitutos da saliva. O primeiro deles é a água, de vital importância para manter a hidratação e para arrastar os microrganismos que permanecem na cavidade oral. Mas também existem formulações que incluem flúor, xilitol, aloé vera, betaína e outras substâncias que aumentam a produção de saliva. Estas podem ser encontradas tanto em colutórios como em pastilhas elásticas ou comprimidos.

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Outro dos tratamentos para a xerostomia consiste em reforçar a higiene oral. Existem pastas dentífricas que ajudam a manter a mucosa lubrificada. A escovagem deve ser feita lentamente e com uma escova de dentes macia, incidindo sobre todas as zonas, incluindo a língua. Isto também proporciona um hálito melhor e uma sensação de frescura na cavidade oral.

Visite o seu dentista de confiança se tiver dúvidas ou precisar de aconselhamento sobre o tratamento a seguir.

 

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