Para desenvolver adequadamente o trabalho numa clínica dentária, é fundamental que o equipamento cumpra uma série de requisitos e corresponda às necessidades do odontologista. Por um lado, o seu aspeto deve transmitir uma imagem adequada e profissional, mas, além disso, é necessário cuidar do bem-estar e da comodidade dos pacientes e da própria equipa profissional que trabalha no consultório durante horas.
Uma cadeira dentária em odontologia faz parte do mobiliário básico de uma clínica e deve ser renovada periodicamente, visto que pode apresentar desgaste e estar desatualizada.
Por este motivo, apresentamos em seguida uma lista das razões pelas quais tal renovação é necessária.
Porque devemos substituir a cadeira da clínica?
1. Renovação da imagem corporativa
É evidente que, periodicamente, a substituição de parte do mobiliário ajuda a causar uma boa impressão nos pacientes. Se uma pessoa chega à clínica e vê que a cadeira é antiquada, geralmente a sua opinião será negativa.
Ao longo dos anos, o design e a imagem das cadeiras vão mudando. Entre os sinais de desgaste mais comuns, verificamos que, com o passar do tempo e o uso de produtos desinfetantes, os materiais das cadeiras antigas mudam de cor e os estofos começam a apresentar fissuras, pelo que a deterioração se torna bastante percetível.
2. Criar um plano de investimento e amortização
A necessidade de atualizar uma clínica verifica-se, por exemplo, quando o serviço técnico tem de efetuar renovações frequentes.
Por vezes, todos os elementos de plástico da cadeira, como as mangueiras, o sistema de aspiração interno e externo ou as vias de escoamento, degradam-se e secam, o que pode levar a perdas e fugas. Neste contexto, estima-se que os plásticos tenham uma vida útil de 10 anos.
Neste ponto, a gestão odontológica é essencial. A maioria das clínicas dentárias, por questões fiscais, investe na renovação dos seus equipamentos no final do ano. É importante que parte da faturação do consultório se destine à compra de material, pelo que outro dos motivos fundamentais para renovar o equipamento poderá ser investir e amortizar usando os lucros recebidos durante o ano.
3. A qualidade da ergonomia
Este é o sinal mais importante no momento de renovar a cadeira de uma clínica. Todos os anos, os materiais devem ser submetidos a testes, e os conselhos e atualizações sugeridos pelos profissionais do sector devem ser considerados.
O paciente necessita que lhe seja prestada atenção e que o ambiente não lhe cause mal-estar. Muitas clínicas já possuem técnicas e sistemas de sedação, mas se a cadeira for confortável, isso também contribui para combater a odontofobia, ou seja, o medo e a ansiedade que algumas pessoas sentem quando vão ao dentista.
Como referimos anteriormente, a comodidade é um fator-chave. Cada paciente está sentado na cadeira, em média, trinta minutos e, no caso de tratamentos prolongados, poderá estar até duas horas. O dentista passa oito horas por dia junto da cadeira, pelo que o seu corpo também poderá ressentir-se e terá de recorrer, eventualmente, aos serviços de profissionais de fisioterapia, o que representa igualmente uma despesa.
Alguns dos elementos aos quais se deve prestar mais atenção são os seguintes:
- Altura da cadeira: a altura, os movimentos de subida e descida da cadeira e a regulação correta são essenciais para trabalhar comodamente e para facilitar o acesso aos pacientes. Além disso, a cadeira deve permitir liberdade de movimentos na zona de trabalho entre o dentista e o assistente.
- Comprimento das mangueiras: o comprimento das mangueiras permite que o dentista trabalhe comodamente, sendo importante que tenham dispositivo de bloqueio e que o retorno do mecanismo não provoque tendinites nas articulações, por exemplo, no cotovelo ou nos pulsos.
Além disso, se o comprimento das mangueiras for entre 50 cm e no máximo 1 metro, o paciente não se sentirá sobrecarregado e o dentista poderá trabalhar comodamente. - Iluminação: é essencial que a luz de trabalho esteja concentrada num ponto. Os antigos focos de halogéneo concentravam entre 15.000 e 25.000 lux de potência e uma temperatura de cor inferior a 4.500 K.
Atualmente, as luzes LED com mais de 35.000 lux de potência são semelhantes à luz natural, o que provoca uma menor fadiga visual. Como novidade este ano, alguns focos cirúrgicos, como o candeeiro TheiaTech, incorporam no braço uma barra de iluminação para melhorar a visibilidade da zona pré-operatória, equilibrar a iluminação das áreas do gabinete dentário e reduzir, assim, a fadiga visual. Alguns candeeiros da marca KaVo integram sistemas de mudança de cor: amarelo para trabalhar com compósitos sem os fotopolimerizar; e verde, para não confundir o sangue com o tecido mole em cirurgias prolongadas.
- Banco: é necessário dispor de um banco ergonómico e ajustável, que garanta uma posição correta para evitar o aparecimento de dores e reduzir os sintomas de uma postura incorreta anterior.
Algumas recomendações são o banco Pony com encosto da Fedesa, o Ergo Seat da Tecno-Gaz, ou o Physio One da Kavo, que recebeu um prémio pela sua ergonomia.
4. Desempenho
Os equipamentos que eram utilizados há muitos anos nos consultórios apresentavam limitações quanto à sua funcionalidade.
Pedal
Hoje, graças ao pedal, é possível controlar os movimentos da cadeira, apagar e acender a luz, irrigar, trabalhar com a seringa e, inclusive, ligar ou desligar a aspiração, tudo com as mãos livres para evitar a contaminação da área de trabalho. Isto, portanto, conduz também a um aumento da velocidade de trabalho, da ergonomia e da agilidade, no que diz respeito ao paciente e ao tratamento realizado.
Um dos pedais mais recomendados é o da marca Fedesa, visto que permite regular a velocidade da turbina, a refrigeração e mesmo o fluxo de ar ou água.
Configuração da bandeja de instrumentos
Quanto à configuração das mangueiras, há uma nova modalidade de micromotores de indução nano. Diferem dos convencionais porque se encontram num recipiente hermético e não têm elementos de desgaste, uma vez que a transmissão da rotação é feita por meio de um campo magnético. Isto significa que exigem menos manutenção, têm um peso menor do que um motor elétrico normal e cansam menos os pulsos. Além disso, são mais estáveis quanto à potência e velocidade, e permitem a utilização de um maior número de instrumentos.
Painéis tácteis
Permitem controlar os movimentos da cadeira, as posições programáveis, os programas automáticos, as funções do grupo hídrico, o “auto-reverse”, o torque e as rotações dos instrumentos. Estes painéis reduzem a fadiga na seleção de funções, além de proporcionarem uma melhor limpeza e manutenção, reduzindo a probabilidade de avarias.
Posição de Trendelenburg
Este termo refere-se à posição em que a cabeça do paciente se encontra a uma altura 15 a 20 graus abaixo do tórax e das pernas. Esta postura é uma das primeiras medidas para o tratamento da hipotensão no choque hipovolémico, ou seja, permite uma adequada irrigação sanguínea da cabeça e a manutenção de uma boa oxigenação do tecido cerebral. Nunca deixe de considerar este aspecto ao comprar uma cadeira dentária.
Elementos de segurança
Nas novas cadeiras, os elementos como os sistemas de elevação, as cuspideiras, as bandejas auxiliares ou os encostos estão preparados para evitar acidentes e para obter uma maior segurança nos tratamentos.
5. Lei europeia de contaminação com mercúrio
Por último, é também necessário estar ciente de que a União Europeia obriga, através de uma lei, a recuperar os resíduos de mercúrio utilizados nas amálgamas, tanto quando são colocadas como quando são retiradas.
Esta nova lei exige que o equipamento esteja em conformidade com o regulamento, e algumas cadeiras não permitem situar a válvula da cuspideira na sua posição correta. São necessários novos suportes que permitam uma colocação em condições adequadas.
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